Inovação para o Combate à Dengue no Campus

No dia 15 de julho de 2015, representantes da Prefeitura do Campus USP da Capital (PUSP-C), Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP) e a empresa BR3 Agrobiotecnologia (BR3) – incubada no CIETEC (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo, instalada no campus do IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas) na Cidade Universitária em São Paulo – assinaram um Termo de Cooperação para o desenvolvimento de ações que visam ao monitoramento e combate à dengue na Cidade Universitária “Armando de Salles Oliveira” (CUASO).

Dentro do Programa Campus Sustentável USP, essa cooperação, apoiada pelo ProAPESC (Projeto de Apoio à Pesquisa e Ensino para a Sustentabilidade do Campus), contempla um dos objetivos do Projeto Gestão de Saúde Ambiental, que é o estabelecimento de parcerias público-privadas que auxiliem no desenvolvimento de estratégias de gestão e sustentabilidade e na inovação de tecnologias para o controle do mosquito Aedes aegypti, prevenindo a transmissão da doença e garantindo a saúde da comunidade usuária da CUASO.

A principal proposta da cooperação é a utilização do biolarvicida DengueTech® – produzido pela empresa BR3 e desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) – para o controle de larvas do mosquito Aedes aegypti em áreas comuns da CUASO que acumulam água e podem servir de criadouros potenciais para o mosquito transmissor da dengue.

O DengueTech® é fabricado nos formatos mini-tabletes e grânulos dispersíveis e tem como principal componente a bactéria Bacillus thuringiensis israelensis (Bti) que, quando liberada em água parasita e mata as larvas do mosquito Aedes aegypti. A bactéria não oferece risco à saúde de humanos e o efeito residual do DengueTech® perdura por até 60 dias, garantindo um maior período de proteção.

Além de eliminar as larvas do mosquito da dengue na água, o Bti é o único meio sustentável conhecido para se impedir o surgimento de resistência do Aedes aegypti a larvicidas. A formulação desenvolvida se propõe a viabilizar o emprego do Bti para controle de vetores, o que será monitorado pelo convênio para aprimorar a compreensão acerca do uso desta tecnologia.

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil e na cidade de São Paulo, que no ano de 2015 confirmou 57.794 casos da doença, com o registro de 13 óbitos, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde .

Desde 2008, a PUSP-C realiza, em parceria com a Faculdade de Saúde Pública, o monitoramento do Aedes aegypti no Campus, com a colocação mensal de 91 armadilhas adultraps para captura do mosquito. Em 2014, a Superintendência de Gestão Ambiental (SGA) da Universidade de São Paulo, por meio do edital de Incentivo à Sustentabilidade, forneceu recursos para o desenvolvimento do Projeto “Estratégias para a prevenção da transmissão dos vírus da dengue na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira (CUASO)” – uma parceria entre FSP, PUSP-C e Instituto de Ciências Biomédicas da USP (ICB) – cujos dados serviram de parâmetro para as propostas de atividades e mapeamento das áreas de risco incluídas no Termo de Cooperação com a empresa BR3.

A cooperação ainda prevê a continuidade das demais ações que já vêm sendo realizadas pela PUSP-C para o combate à dengue no Campus: campanhas institucionais para conscientização da comunidade uspiana sobre a importância de cuidados com o ambiente para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, mutirões de combate à dengue para retirada de resíduos inservíveis que possam acumular água no campus e treinamento dos membros das Comissões de Prevenção à Dengue que atuam nas unidades de ensino, pesquisa e órgãos centrais da Universidade de São Paulo na Cidade Universitária.

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Diretor da Br3, Rodrigo Perez, e Tércio Ambrizzi, Prefeito do Campus USP da Capital, assinam Termo de Cooperação.

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Da esquerda para a direita: Karen Almeida (Coord. de Bioprodutos – Br3), Wagner Clayton Corrêa (Coord. Técnico – Br3) , Claudio Tervydis (ProAPESC – PUSP-C), Daniella Vilela (Serviço de Saúde Ambiental – PUSP-C), Rodrigo Perez (Diretor – Br3), Tércio Ambrizzi (Prefeito PUSP-C), Suketeru Nagamine (Divisão de Gestão Socioambiental – PUSP-C), Paulo Roberto Urbinatti (Fac. de Saúde Pública – USP).

Publicado em 23/07/2015